Desde o lançamento do Bitcoin em 2009, a tecnologia blockchain provou que tem o potencial de revolucionar o mundo, com novos casos de uso descobertos a cada dia. No entanto, a tecnologia blockchain ainda está em sua infância e tem que superar vários desafios antes de sua adoção generalizada.
Isso levou Vitalik Buterin a criar o conceito de “trilema blockchain” como uma forma de entender melhor como esses desafios estão correlacionados, reunindo-os sob um termo guarda-chuva. Mas, qual é o trilema blockchain? É realmente um trilema? E isso pode ser resolvido?
Mesmo que a tecnologia blockchain continue a revolucionar quase todos os setores com os quais entra em contato, até mesmo a Visa comprou um CryptoPunk por quase US $ 150.000 em ether, a própria maneira como as redes descentralizadas são estruturadas os apresenta com desafios únicos. Especialmente quando comparado a estruturas centralizadas.
Já no final da década de 1990, o cientista da computação Eric Brewer desenvolveu o que é conhecido como teorema CAP para entender melhor o que provavelmente é seu maior desafio.
O teorema do CAP argumenta que é impossível, ou pelo menos muito difícil, para um armazenamento de dados distribuído - incluindo blockchains - entregar simultaneamente as três garantias a seguir: consistência, disponibilidade e tolerância de partição; daí o nome teorema CAP.
Em vez disso, o teorema postula que os armazenamentos de dados distribuídos devem se comprometer; sacrificar pelo menos uma garantia para cumprir as outras duas.
À medida que os armazenamentos de dados distribuídos encontraram um novo caso de uso e evoluíram para livros-razão públicos descentralizados com a chegada do Bitcoin, o teorema CAP também evoluiu para o que agora conhecemos como o trilema blockchain.
No contexto dos blockchain modernos, o trilema argumenta que, embora o blockchain ideal deva ser descentralizado, seguro e escalonável, eles podem, na verdade, ser apenas dois dos três. Isso representa o que provavelmente é o maior desafio que os blockchains precisam superar antes da ampla adoção da tecnologia.
A descentralização tem a ver com o número de nós (computadores) operando o blockchain. A natureza descentralizada da infraestrutura de uma blockchain é de importância fundamental aqui, uma vez que o maior avanço do Bitcoin foi resolver o problema de gasto duplo sem uma entidade central; algo que é considerado um problema trivial em configurações centralizadas.
Embora a descentralização provavelmente pareça o menos significativo de todos os três elementos à primeira vista, devemos ter em mente que, quando o Bitcoin foi lançado, toda a ideia por trás da criação de uma criptomoeda era oferecer uma opção descentralizada e mais democrática para o atual sistema financeiro altamente centralizado .
Segurança tem a ver com codificação e, mais importante, mecanismos de consenso ( prova de trabalho vs. prova de aposta ). Os mecanismos de consenso referem-se a quantos nós da rede precisam confirmar uma transação antes de ser final e como esses nós são recompensados.
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Finalmente, escalabilidade se refere à capacidade de uma blockchain de manter um desempenho desejável na velocidade de transação em face de uma rede crescente e um número cada vez maior de transações por segundo.
É aqui que surge o problema. Na época em que o Bitcoin foi lançado, Satoshi Nakamoto foi forçado a comprometer a capacidade do Bitcoin de escalar com eficiência em favor da descentralização e da segurança. No entanto, alcançar um blockchain escalável é a única maneira de competir com as redes centralizadas muito mais rápidas.
É importante observar que, embora o trilema blockchain apresente um desafio para a adoção generalizada da tecnologia, não há nenhuma lei real que impeça todos os três aspectos de serem alcançados simultaneamente.
Em vez disso, o trilema blockchain foi formulado como uma forma de conceituar e entender melhor os desafios enfrentados pelo desenvolvimento e adoção da tecnologia blockchain e como eles se relacionam entre si.
Na verdade, os desenvolvedores estão trabalhando duro em maneiras de superar o trilema do blockchain, e já existem algumas propostas e ideias sobre como lidar com o “trilema” que tiveram pelo menos algum nível de sucesso. No entanto, é justo dizer que, embora tenha havido progresso, o trilema ainda apresenta um desafio; para não dizer que não pode ser resolvido.
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Os desenvolvedores adotaram abordagens diferentes para resolver o problema, com alguns favorecendo modificações diretas na rede do blockchain (soluções da camada 1), enquanto outros optam por executar outra rede no topo do blockchain principal (soluções da camada 2). A Ethereum, por exemplo, introduziu o Proof-of-Stake como uma solução da camada 1, enquanto o Bitcoin introduziu a Lightning Network como uma solução da camada 2.
Os blockchains herdaram vários dos desafios presentes nos armazenamentos de dados distribuídos, a partir dos quais os blockchains evoluíram. Esses desafios foram conceituados sob o termo guarda-chuva “trilema blockchain” em uma tentativa de entender melhor esses desafios e como eles estão relacionados.
Embora o termo “trilema” tenha permanecido, o trilema blockchain é na verdade apenas uma conjectura; uma hipótese suspeita de ser verdadeira devido a evidências preliminares de apoio, mas para a qual nenhuma prova ou refutação foi encontrada. Isso significa que ainda há muita pesquisa a ser feita, com as soluções das camadas 1 e 2 já tendo algum nível de sucesso.
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